História do Cavaleiro Dom Nuno que têm à vossa disposição no DMF.
"Todos os meninos gostam de ler ou de ouvir as histórias do Super-Homem e do Homem-Aranha. E porquê? Naturalmente porque são valentes, não têm medo das dificuldades e vencem todos os perigos. Mas estas são histórias inventadas. Muito melhor é conhecer histórias verdadeiras como a história do Cavaleiro Dom Nuno que viveu há mais de seiscentos anos.
Os livros de História (com letra grande) dizem que ele se chamava Nuno Álvares Pereira, e se vocês forem a uma terra chamada Batalha, lá o verão na bel estátua que o representa, a cavalo, em frente da igreja da Vitória, construída exactamente para agradecer a Nossa Senhora a protecção que deu a Dom Nuno quando defendeu a independência de Portugal.
Esses livros de História também nos contam as batalhas que Dom Nuno venceu: Atoleiros, Valverde e principalmente Aljubarrota, comandando um pequeno exército contra o do inimigo queera quatro vezes mais numeroso e melhor armado.
Guerras são sempre coisas tristes; morre muita gente de um e de outro lado, e às vezes os vencedores são cruéis para com os vencidos. Mas o cavaleiro Dom Nuno era diferente de todos os outros guerreiros. Para ele os vencidos deixavam de ser inimigos; passavam a ser pessoas que sofriam. Sofrimento por terem sido derrotados, sofrimento pelas feridas e pela fome que sempre vem depois das guerras. Por isso, Dom Nuno, ao saber que do outro lado da fronteira havia aldeias castelhanas onde muita gente passava fome, ordenou que lhes fossem enviados mantimentos: trigo dos seus celeiros para que pudessem fazer pão, e carne também certamente porque nas suas terras que eram muitas havia caça em abundância. E durante vários meses, alimentou quatrocentos homens, mulheres e crianças que não tinham que comer.
Porque o cavaleiro Dom Nuno era muito rico, o homem mais rico de Portugal, a seguir ao rei. Mas a sua riqueza não queria guardá-la só para ele. Repartiu-a com os seus netos, os seus escudeiros, os seus criados e os soldados que o tinham acompanhado nos combates. Portugal estava agora em paz; não precisava da sua espada nem da sua coragem.
Ele, o cavaleiro Dom Nuno não queria senão ter tempo para rezar. A Nossa Senhora, a Jesus Crucificado, a S.Jorge e a S.Tiago que figuravam na sua bandeira e que sempre o tinham protegido.
Foi assim que se despediu do seu melhor amigo, o rei Dom João, e sem roupas de Fidalgo, sem armadura de guerreiro, mas vestido simplesmente com um hábito de fazenda castanha grosseira, foi viver pobremente para o Convento de Nossa Senhora do Carmo que tinha mandado construir, e ali ficou até morrer.
Agora nós podemos rezar-lhe porque ele é S. Nuno de Santa Maria."
Texto de Maria Isabel Mendonça Soares
Edição da Real Ordem de Santa Isabel e da Fundação Maria Ulrich
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